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Xadrez da vida

     Hoje  me veio uma analogia entre xadrez e vida. Cada peça parece representar um aspecto essencial da nossa existência.  O rei é a própria vida — perdê-lo(a) significa o fim.  A rainha simboliza a saúde, que nos dá liberdade para ir em qualquer sentido e direção.  As torres representam a família, nossa base e referência, essenciais para uma boa partida.  Os cavalos são os amigos, que alegram nosso caminho e trazem o dinamismo que nos faz sentir vivos.  O bispo é a disciplina; difícil chegar longe sem.  Já os peões simbolizam o dinheiro: simples, mas fundamentais para construir estratégias. Autor: P M N

Entre Gaiolas e Voos: A Coragem de Escolher a Vida

À medida que amadureço (ou envelheço, para ser honesto), percebo cada vez mais que a vida é um mosaico de trocas, um equilíbrio entre ônus e bônus de cada escolha feita. E, com isso, ganho mais força para não desperdiçar tempo com o que não desejo. Não há escolha perfeita. Optar por não fazer nada já é, em si, uma escolha — às vezes perigosa, outras vezes brilhante. O conforto do familiar cria a ilusão de segurança. O desconhecido, por sua vez, intimida e afasta muitos. Mas é exatamente nele que pulsa a essência da vida: o prazer de se desafiar, de enfrentar o imprevisível, de se arriscar e, acima de tudo, de viver plenamente. Um texto de Rubem Alves, que sempre me toca profundamente, resume isso com maestria: “Somos assim: sonhamos o voo, mas tememos a altura. Para voar é preciso ter coragem para enfrentar o terror do vazio. Porque é só no vazio que o voo acontece. O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas. Mas isso é o que tememos: o não ter certezas. Por isso, trocamos...

O menine Santa Cecilier

Se você vive — ou já viveu — nestes bairros, vai entender. Ou não. Talvez me odeie, e tudo bem. Santa Cecília, Pinheiros, Vila Buarque, Higienópolis... Cartografia da alma urbana, onde mora a elite cultural, (pseudo) intelectual, mundana, esquerdista de teoria, com seus pets adotados, herdeira por DNA — sem calo na mão. Sabem tudo. Leram tudo. Julgam tudo. Generalizar é tolice, eu sei. Mas a aura... a aura é real. Ali se nasce e se permanece, no seio de apartamentos velhos, ou estúdios minúsculos, com livros na estante e revoluções no tapete. Nunca pisaram em barro, mas ostentam bonés do MST com orgulho de guerrilheiros. Guerrilheiros de Instagram... Falam de política, arte, música, economia, entre um café no Takko e um sorvete no Cangote. Usam Linus, pisam Veja, passeiam de pijama — com pose despojada. Mas o cachorro? Zee Dog, claro. Ele merece. Aos domingos, rituais: feirinha de rua, xícara artesanal, cinquenta reais bem pagos à ceramista local. Drinks autorais, hashtags nas sociais....

Um timbu no meu telhado

8 de março de 2021 Pipa, Tibau do Sul, RN, Brasil Há mais ou menos 3 anos, tomei uma decisão; iria bagunçar minha estrutura de vida, sair da universidade e, ao invés de conseguir um bom trainee, iria trocar trabalho por hospedagem e alimentação em lugares diversos deste Brasil, conhecer meu país, conhecer realidades distintas, lugares inusitados em situações desafiadoras. Trabalhei em retiro, acampei em beira de rio, em posto de gasolina, pedi carona, surfei em sofás e em mares diversos... Estou contando isso para explicar o motivo de hoje eu morar na praia da Pipa, no Rio Grande do Norte, em um chalé no meio do mato. Como eu vim parar aqui é assunto para outro artigo, mas a história que eu gostaria de contar é sobre um gambá que está vivendo em meu telhado. Neste instante exato, ele está ali, fazendo barulho e desafiando minha paciência e capacidade de concentração. Faz três semanas que eu entrei em um embate com este gambá e pasmem, ele é mais inteligente do que eu. Tem muito mais p...